"Psicóloga do crime" é condenada a 77 anos após vingar vítimas de abusos sexuais em SP

Em uma espécie de "tribunal do crime", Sandra Ferreira de Lima ajudava a decidir a punição dos acusados

O Cidade Alerta acompanha o caso da "Irmã Corintiana", Sandra Ferreira de Lima, de 47 anos, a "psicóloga" da maior facção criminosa do país. Ela foi condenada a 77 anos de prisão por envolvimento em quatro assassinatos em comunidades na região de Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo. Entenda o caso

Luiz Felipe Lourenço, de 28 anos, teria sido executado pelo "tribunal do crime" por ter abusado do próprio filho. Segundo o Ministério Público, a ex-mulher e mãe da criança, Jeane Jorge da Silva, chegaram a pedir ajuda a integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) para se vingar do homem

A partir da investigação da morte de Luiz Felipe, a polícia descobriu a existência de um "tribunal do crime", comandado por integrantes da facção que atuavam no Parque Novo Mundo (SP)

O Departamento de Homicídios passou a apurar outras três mortes na mesma área com características parecidas. Todas as vítimas estavam com as mãos amarradas, foram mortas a tiros e os corpos, expostos para os moradores verem. Os assassinatos ocorreram em fevereiro e abril de 2020

"A organização criminosa foi procurada por pessoas buscando uma espécie de vingança", disse o promotor de Justiça, Danilo Roberto Mendes.

Durante as investigações os policiais chegaram até Sandra, que se tornou uma peça-chave para esclarecer os crimes

O Ministério Público afirma que ela tinha o papel de ouvir vítimas de crimes sexuais em julgamentos paralelos do PCC. Atuava como uma espécie de psicóloga ou assistente social do crime e ajudava a decidir a punição dos acusados

Segundo a Promotoria, escutas telefônicas e informações encontradas em celulares apreendidos confirmaram o envolvimento dela e de mais dois homens nos assassinatos

Em depoimento à Justiça, Sandra negou as acusações que a ligam aos crimes cometidos pelo PCC

Ela já havia cumprido um ano e oito meses de prisão por tráfico de drogas e agora voltou à cadeia. A "Irmã Corintiana" foi condenada a 77 anos de prisão por participação nos quatro homicídios e por integrar organização criminosa

Para o Ministério Público, Sandra e os outros integrantes da facção, que atuavam nas comunidades do Parque Novo Mundo (SP), queriam mandar um recado claro sobre quem mandava na região.

Por R7