FAÇA COMO EU DIGO: Diretor de academia internacional anticorrupção é suspenso por corrupção

O diplomata austríaco Thomas Stelzer foi suspenso de seu cargo como diretor na Academia Internacional Anticorrupção (International Anti-Corruption Academy — Iaca) por suspeitas de desvio de fundos da instituição.



O escândalo repercutiu em vários veículos da imprensa europeia, reproduzido a partir de notícia divulgada pela agência EFE, com destaque na revista austríaca Profil.


Segundo as notícias divulgadas, o diplomata foi suspenso por unanimidade pelo conselho da Iaca em 25 de julho, em decorrência de denúncia anônima de desvio de recursos para fins diversos dos previstos, além de despesas declaradas incorretamente para uso pessoal.


Em entrevista à revista Profil, o diretor da Iaca afirmou que os fatos serão esclarecidos rapidamente e que abriu mão da imunidade diplomática a fim de acelerar as investigações. Assegurou também que seu afastamento não foi uma medida disciplinar, mas cautelar, e que “espera voltar em breve ao trabalho”.



Prestígio internacional


A Iaca é uma prestigiada escola de estudos anticorrupção criada em 2011 por iniciativa do escritório de drogas e crime das Nações Unidas (Unodc), da Interpol, do escritório antifraude da União Europeia (Olaf) e com apoio da Áustria e outros 72 países, incluindo Brasil.


A instituição oferece diversos cursos de mestrado, pós-graduação e especializações com grande reconhecimento internacional, comumente frequentados por alunos brasileiros.


Caso no Brasil


O envolvimento de representantes de agências internacionais anticorrupção em escândalos já é conhecido do público no Brasil. Há anos é notória a coordenação íntima entre representantes da ONG Transparência Internacional e líderes da finada operação "lava jato" em articulações destinadas a promover interesses econômicos e políticos comuns.


O plano envolvia, entre outros projetos, um plano de desvio e apropriação de fundos totalizando R$ 4,8 bilhões oriundos de acordos de leniência firmados com as empresas Petrobras e JBS. O plano foi barrado por por decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Morais e do procurador-geral da República, Augusto Aras.


Em declarações recentes, o diretor da Transparência Internacional, Bruno Brandão, tentou se desvincular da "lava jato" depois de questionado durante evento promovido pela Controladoria-Geral da União. A Transparência Internacional Brasil diz em seu site que é financiada por organismos multilaterais, doações privadas e “multas aplicadas a empresas”.






Revista Consultor Jurídico

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