Golpista é investigado por 'vender' vagas para cirurgias plásticas pelo SUS em Fortaleza

O suspeito dava o nome de cirurgiões plásticos e cobraria de R$ 1 mil a R$ 5 mil dos interessados. O caso é investigado pela Polícia Civil



A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) investiga um golpista que "vende" vagas para cirurgias plásticas, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Fortaleza. As informações são de uma reportagem da TV Verdes Mares.


O suspeito dava o nome de cirurgiões plásticos e cobraria de R$ 1 mil a R$ 5 mil das pessoas interessadas em realizar os procedimentos plásticos pelo SUS.


Entretanto, a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) esclareceu, em nota, que os dez hospitais municipais da Capital não efetuam cobranças aos pacientes ou familiares sobre os serviços prestados em suas unidades.


Qualquer solicitação em nome dos hospitais ou qualquer equipamento da Rede Municipal de Saúde deve ser denunciada aos órgãos de segurança para as devidas investigações”.

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE FORTALEZA

Em nota


Outra estratégia do golpista seria se apresentar como funcionário da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Ele mostrava um currículo com experiências profissionais como auxiliar administrativo da Secretaria, como auxiliar de enfermagem do Instituto Doutor José Frota (IJF) e do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e ainda como digitador do Instituto de Saúde de Gestão Hospitalar (ISGH).


Também procurada, a Sesa negou que ele integre o quadro de funcionários da Secretaria. "A Pasta ressalta que todos os serviços prestados à população cearense por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) são gratuitos. A cobrança por procedimentos em equipamentos públicos é, portanto, uma prática ilegal que deve ser denunciada às autoridades competentes", corroborou, em nota.


O caso é investigado pelo 18º DP (Jurema), que fica em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Em nota, a Polícia Civil informa que "segue investigando as circunstâncias de um crime de estelionato registrado em Boletins de Ocorrência (BO), em que um suspeito utiliza o nome de um profissional de saúde para aplicar golpes com promessas de cirurgias plásticas".


"A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais, por meio do telefone (85) 3294-7854, do 18º Distrito Policial. As denúncias também podem ser feitas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. O sigilo e o anonimato são garantidos", completa.


MÉDICO E PACIENTE VÍTIMAS


O cirurgião plástico Gabriel Cavalcante afirma que teve o nome utilizado pelo golpista para cooptar pacientes interessados em "comprar" as vagas de cirurgias plásticas pelo Sistema Único de Saúde. O médico percebeu que era vítima de um golpe quando uma mulher o procurou para saber sobre a equipe que trabalharia na sua cirurgia, agendada pelo SUS.


"Eu fiquei espantado com a situação, porque eu já não trabalho pelo SUS há muito tempo; e quando eu trabalhava, o que fazia eram cirurgias realmente reparadoras, como pós-acidente, nada relacionado à estética. Isso eu nunca fiz pelo SUS", contou Gabriel Cavalcante, em entrevista à TV Verdes Mares.


Uma manicure, que foi vítima do golpe e pediu para não ser identificada, contou que conheceu o golpista no local de trabalho dela. "Eu escutei ele dizendo para outra pessoa que tinha duas vagas de cirurgias plásticas. Aí eu me interessei e fui atrás de conseguir o dinheiro. Ele me cobrou R$ 1 mil", afirmou.


No primeiro momento, ele nunca falou em SUS. Ele sempre mostrou os médicos, que eu fui atrás e vi que não trabalhavam pelo SUS. Então, eu nunca desconfiei (do valor)".

MANICURE VÍTIMA DO GOLPE

Pediu para não ser identificada


O suspeito deu uma previsão para a cirurgia da mulher somente um ano depois. Mas ela desistiu do procedimento devido a um problema de saúde da mãe e pediu o dinheiro de volta para o homem, que alegou que ela teria que encontrar outro comprador. A mulher ficou sem a suposta vaga de cirurgia e sem o dinheiro. O desgaste a fez desenvolver ansiedade e tomar remédios controlados.





Por Diário do Nordeste

Comentários