Cingapura executa mulher por tráfico de drogas pela primeira vez em 20 anos



Na última sexta-feira (28), Cingapura enforcou uma prisioneira, Saridewi Djamani, de 45 anos, que havia sido condenada em 2018 por tráfico de cerca de 30 gramas de heroína no país. Essa execução marcou um triste episódio, sendo a primeira vez em quase duas décadas que uma mulher é condenada à pena capital na nação asiática. Organizações de direitos humanos internacionais reagiram com indignação diante do acontecido.


A Anistia Internacional, por meio de sua especialista em reforma da pena de morte, Chiara Sangiorgio, criticou duramente as execuções, classificando-as como “ilegais” e expondo a completa falta de reforma da pena de morte em Cingapura. Segundo a especialista, as autoridades continuam violando leis e padrões internacionais de direitos humanos.


A execução de Saridewi foi a décima quinta desde que Cingapura retomou as execuções em março de 2022, após uma pausa de dois anos durante a pandemia de Covid-19. Desde então, o país tem realizado, em média, uma execução por mês.


Durante o processo criminal, Saridewi alegou que não pôde fornecer declarações precisas à polícia devido à abstinência de drogas durante o interrogatório. No entanto, sua alegação foi rejeitada pelo tribunal superior, que considerou que ela estava apenas sofrendo efeitos “leves a moderados” de abstinência de metanfetamina, o que não a impediria de fornecer informações às autoridades.


As autoridades de Cingapura argumentam que suas rígidas leis antidrogas têm apoio da comunidade e ajudam a manter o país relativamente livre de crimes relacionados às drogas. No entanto, críticos como a Anistia Internacional e Michel Kazatchkine, da Comissão Global sobre Políticas de Drogas, contestam essa abordagem, alegando que a pena de morte não tem efeito dissuasor sobre a disponibilidade de narcóticos.


Cingapura é um dos quatro países que recentemente realizaram execuções relacionadas ao crime de drogas, juntamente com China, Irã e Arábia Saudita, segundo dados da Anistia Internacional. 


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Por Diário do Nordeste

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