PASSO DE TARTARUGA: Plantão digital de delegados cria espera de mais de 24 horas em delegacias de MG

O esquema de trabalho dos delegados de Minas Gerais em forma de plantão virtual tem criado filas que duram mais de 24 horas na porta das delegacias, segundo advogados e entidades que representam policiais do estado. As informações são do site R7 e da Record TV Minas.





Implantado em 2021 pelo governo mineiro, o plantão virtual colocou delegados e escrivães para trabalhar remotamente em duas delegacias de plantão de Belo Horizonte e em uma no município de Montes Claros, a 400 quilômetros da capital.


De acordo com advogados e associações de policiais militares e civis, a mudança afeta a logística de atuação da Polícia Militar, comprometendo a segurança da população e o policiamento nas cidades.


O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindpol), Wemerson Oliveira, explica que, desde a implantação do projeto, os delegados e escrivães do plantão digital atendem às ocorrências de todo o estado por meio de chamada de vídeo, enquanto os investigadores têm de lidar com o atendimento presencial, com a equipe reduzida.


Em Sete Lagoas, uma pessoa chegou a esperar mais de um dia para ter o auto de prisão lavrado, segundo um advogado. "Estamos vivendo o verdadeiro caos", disse ele.


As associações contam que chegaram a marcar uma reunião para discutir o tema com o governo no final do ano passado, mas o encontro foi cancelado.


A Polícia Civil de Minas Gerais, por seu lado, afirmou que em Sete Lagoas o projeto ainda está em uma etapa inicial e que foi identificada "a necessidade de ajustes pontuais no funcionamento do plantão digital". "Sendo assim, foi escalada uma equipe suplementar de policiais civis na Regional de Sete Lagoas, reforçando o número de servidores no atendimento ao público do plantão. Ademais, foi instalada uma sala de espera, para garantir maior conforto aos envolvidos que aguardam o atendimento."


De acordo com a polícia, o projeto tem por objetivo buscar "uma maior agilidade no atendimento e conforto para os envolvidos, uma vez que se evitam deslocamentos desnecessários de vítimas, testemunhas e policiais".





Revista Consultor Jurídico

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