Estudo sobre abuso sexual da Igreja Católica encontra supostas 512 vítimas

Mais de 4.800 indivíduos podem ter sido vítimas de abuso sexual infantil na Igreja Católica de Portugal e 512 supostas vítimas já se apresentaram para se manifestar, disse um painel de especialistas que investiga abusos históricos na igreja.



Segundo o levantamento, funcionários seniores da igreja portuguesa haviam afirmado anteriormente que apenas um alguns de casos havia ocorrido.


Clérigos seniores sentaram-se na primeira fila do auditório, onde os membros do comitê leram alguns dos relatos angustiantes de supostos abusos, repletos de descrições vívidas e chocantes.


O Comitê Independente para o Estudo do Abuso Infantil na Igreja Católica, criado por bispos portugueses há pouco mais de um ano, investigou os supostos casos a partir de 1950. O painel produziu seu relatório final na segunda-feira. Os bispos portugueses devem discutir o relatório no próximo mês.


O estatuto de limitações expirou na maioria dos casos alegados. Apenas 25 acusações foram passadas aos promotores, disse o painel.


O relatório, criticado por alguns como muito atrasado, veio quatro anos depois que o Papa Francisco reuniu líderes da Igreja de todo o mundo no Vaticano para abordar a crise dos abusos sexuais na Igreja.


Essa reunião foi realizada mais de 30 anos depois que o escândalo estourou na Irlanda e na Austrália e 20 anos depois de atingir os Estados Unidos.


Pedro Strecht, psiquiatra que chefiou o painel em Portugal, disse que estima o número real de vítimas durante o período em pelo menos 4.815. Ele não explicou como a extrapolação foi feita.


O painel não está publicando os nomes das vítimas, as identidades dos supostos agressores ou os locais em que os abusos supostamente aconteceram. No entanto, é para enviar aos bispos até o final do mês uma lista de supostos agressores que ainda estão ativos na igreja.



Por Gazeta Brasil

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