Profissionais de imprensa recebem instruções para atuarem em áreas de conflito

Orientações aos jornalistas para uma simulação de progressão noturna com a tropa 

Primeiros socorros, progressão em área de alto risco, preparação e consumo de ração operacional. Essas foram algumas das atividades que 35 profissionais de comunicação das cinco regiões do Brasil, praticaram na 11ª edição do Estágio de Jornalismo e Assessoria de Imprensa em Áreas de Conflito. O curso, realizado pelo Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), ocorreu de 15 a 19 de julho, no Rio de Janeiro.

Com duração de 46 horas, o estágio oferece instruções teóricas e práticas para abordar possíveis situações durante a cobertura jornalística em área de conflito. E, assim, estimular nos profissionais a capacidade de observação, de análise das condições de segurança, gerenciamento de crise e o desenvolvimento de trabalho e convívio em grupo. "Com certeza, depois que eles passam aqui, começam a ter um visão diferenciada de cada cenário que passam no dia a dia. Não é um curso só para a profissão, mas para vida", destacou o coordenador do estágio, Capitão do Exército João Maurício Valdetaro.

Coordenador do estágio, Capitão Valdetaro, durante o repasse de orientações para equipe

Os participantes tiveram aula com representantes dos centro de comunicação da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, com jornalistas convidados, militares instrutores do CCOPAB, inclusive, de nações amigas, como França e Chile. O estágio também contou com a presença carismática do porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Tenente Pedro Aihara. Desde o fim de janeiro, ele ficou conhecido em todo o país, ao passar dia após dia as informações sobre a tragédia do rompimento da barragem em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte.

Entre os alunos, o dominicano Carlos Fabal, coordenador de imagens na Agence France Press (AFP), contou que esteve no Haiti quando tropas brasileiras estavam em missão de paz. O profissional avaliou que "se ocorresse algo parecido com o que aprendemos aqui, ficaria na dúvida de como me portar. Mas com essas instruções, eu já tenho uma base do que fazer nessas situações". Para Carlos Fabal, o estágio também é uma oportunidade para que os profissionais de imprensa conheçam o funcionamento das Forças Armadas.

Os ensinamentos também incluíram instruções de combate a incêndio, noções de orientação, defesa química, biológica, radiológica e nuclear, desminagem e procedimentos em áreas suspeita, entre outras.

O chefe de impressa do Centro de Comunicação do Exército, Coronel Alexandre Guerra, falou sobre a rotina do trabalho com os profissionais

Para o comandante do CCOPAB, Coronel do Exército Marco Antônio Machado, a capacitação é de extrema importância, pois permite que a mídia desempenhe a profissão em segurança. "Esse é um estágio muito concorrido, parabenizo a todos pelo empenho, os senhores já possuem conhecimentos básicos para realizar o trabalho de vocês. Da prerrogativa de que todos temos que servir ao Brasil, tenho certeza que vamos trabalhar melhor e atender os anseios da nossa sociedade", afirmou.


Os estagiários durante uma instrução em viatura

O CCOPAB é formado por integrantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e apoia a preparação de militares, policiais e civis brasileiros e estrangeiros envolvidos nas missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Atua também orientando a execução do trabalho de desminagem humanitária.

Alinhado aos protocolos da ONU, o curso prioriza instruir os participantes com noções de segurança, bem como orientá-los sobre o objetivo principal de uma missão de paz: a proteção de civis. Profissionais de imprensa interessados em fazer o curso devem enviar seus currículos, para o Centro de Comunicação do Exército (imprensa@ccomsex.eb.mil.br).


Por Júlia Campos
Fotos: Tereza Sobreira
DEFESA.GOV.BR