FECHA BATALHÃO - Mulheres de PMs fazem protesto contra atraso de salários dos policiais

Manifestação ocorreu, na manhã deste sábado, em frente ao Quartel General da corporação, no Centro


A manhã deste sábado começou ao som das reivindicações e pedido de ajuda das esposas e familiares dos policiais militares do Rio de Janeiro. Em frente ao Quartel General da corporação, no Centro, o grupo chamado "Esposas e familiares, somos todos sangue azul" manifestou sua indignação contra o atraso de salários dos policiais e as baixas condições de trabalho. 

Com o objetivo de chamar a atenção das autoridades responsáveis e da mídia internacional, o grupo pretende fazer protestos durante os Jogos Olímpicos em pontos turísticos da cidade. Inclusive, duas datas com locais definidos estão confirmadas. A primeira está programada para a abertura do evento, dia 5 de agosto no Maracanã. A outra acontece dois dias depois, em frente ao Museu do Amanhã, na Praça Mauá.

Casada há 6 anos com um policial militar, Mariana Medalha, 34 anos, é uma das líderes do grupo e afirmou que a maior revolta "são os salários atrasados". "O PM hoje não tem como vir trabalhar, não tem dinheiro. Estamos indignadas porque anunciaram que vão reformar o hospital dos presos em Bangu, enquanto tem policial morrendo em hospital público. A polícia representa o Estado, mas o Estado não representa a polícia". A primeira manifestação do grupo de mulheres aconteceu no dia 30 de março, em frente à Secretaria de Estado de Segurança e continuaram por batalhões em todo o Rio de Janeiro. O nome "somos todos sangue azul" é uma alusão a cor da farda dos policias militares. "Não vejo a hora do meu marido sair, mas ele tem um amor enorme pela PM". A declaração emocionada da esposa de um Policial Militar com 30 anos de batalhão e 20 anos de casado comoveu as outras pessoas presentes.

Rogéria Quaresma, 37 anos, faz ainda um apelo: "Em todo lugar existe bons e maus profissionais, mas o que estão fazendo o seu dever de forma honesta, pagam pelos erros dos outros. Quem está defendendo a sociedade está morrendo. O meu dia a dia é muito sofrido, choro a cada policial que morre, porque isso pode chegar na minha casa a qualquer momento. O professor da minha filha falou em sala de aula que quem não estuda, vira policial. Até onde chegou a desmoralização da nossa polícia? Quando acontece alguma coisa ninguém liga para a boca de fumo, liga para o 190. Se a sociedade quer segurança, tem que vir pra rua dar esse grito de basta junto com a gente". E a situação da polícia carioca pode ganhar mais um capítulo dramático na próxima segunda-feira. Há um indicativo de paralisação dos delegados das 8h da manhã às 16h. Além disso, os policiais militares e bombeiros estudam uma possível greve. Procurada pela reportagem, a Polícia Militar, através da assessoria de imprensa, solicitou que o contato fosse feito com a Secretaria de Fazenda, "responsável pelo pagamento de todos os servidores públicos estaduais". 

Reportagem da estagiária Bruna Motta