O Capitão Samaroni Delgado, da Polícia Militar de Campina Grande, na Paraíba, publicou um texto em desagravo a um comentário feito por um delegado de polícia que chamou os policiais militares de “trabalhadores braçais”, na tentativa de minimizar a importância da PM no contexto da segurança pública do Estado.
Em sua resposta, o Capitão diz:
“Agradeço ao ilustre intelectual pelo elogio, pois o nosso país foi e continuará sendo construído pelos trabalhadores braçais que colocam frutas e verduras nas nossas mesas, pelos operários da construção civil, que constroem as nossas residências e por outra infinidade de profissionais BRAÇAIS.”
Após citar os crimes mais cometidos na cidade, que poderiam ser minimizados, segundo ele, com uma investigação adequada, o Capitão volta ao tema da comparação atribuída à tropa: “ Escolhemos nosso honroso trabalho braçal com orgulho e dedicação. Ainda não somos reconhecidos pela nossa sociedade ingrata e hipócrita, que envenenada de orgulho e vaidade, ainda se preocupam apenas com vossos umbigos. Como trabalhadores braçais, estamos há quase 200 anos como instituição pública, mantenedora da ordem e da tranquilidade pública”.
Discorrendo sobre a intelectualidade que nem sempre trabalha a serviço da população, o Capitão encerra sua carta de protesto com o seguinte argumento: “Com o meu malho e meu cinzel continuarei a quebrar as pedras que encontrarei pelo caminho, na tentativa falida de livrar a sociedade dos algozes e criminosos e dos intelectuais inertes, em busca de uma recompensa que não virá nessa vida terrena. Continuarei sendo um braçal, se assim o supremo arquiteto do universo permitir, cavando masmorras aos vícios e erguendo templos às virtudes”.
E assina, com orgulho:
Cap Samaroni Delgado – Mestre de obras
