Segurança pública demanda maior participação do governo federal

Muitas vezes, as diretrizes de segurança são pautadas por grandes tragédias ou eventos.

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Uma das principais demandas que Minas Gerais e a capital devem apresentar à presidente Dilma Rousseff é em relação à segurança pública. Para especialistas ouvidos pelo Hoje em Dia, esse é um tema fundamental e que deve ser tratado de perto pela União, apesar de ser obrigação dos estados.

De acordo com Luiz Flávio Sapori, coordenador do Centro de Pesquisas em Segurança Pública da Pontifícia Universidade de Minas Gerais (PUC Minas) a presidente da República deve de imediato disponibilizar mais recursos para investimento direto nas polícias, no sistema prisional e no sistema socioeducativo.

Segundo Sapori, a polícia precisa ser melhor equipada, os presídios e os centros socioeducativos para adolescentes necessitam de manutenção e mais vagas, sendo assim necessária a construção de novas penitenciárias e de espaços sociais.

Ele explicou que o governo federal não pode adotar medidas diretas para segurança pública, mas que a União pode e deve aumentar os repasses para a área. “Nem o governo estadual nem o municipal são capazes de resolver os problemas de segurança, por falta de recursos.

Esses investimentos em segurança pública são muito caros e não cabem nos orçamentos estaduais e municipais. Na minha opinião, a União deveria repassar anualmente mais R$ 100 milhões para a segurança para Minas Gerais, e R$ 20 milhões para Belo Horizonte. Acredito que com esse dinheiro muitos dos problemas podem ser resolvidos”, afirmou.

Para Belo Horizonte, especificamente, Sapori destacou a importância da construção de um novo Instituto Médico Legal (IML) e de um novo Instituto de Criminalística. “Se não for possível a construção de novos espaços, esses locais precisam ser recuperados”, disse.

Sobre o policiamento nas fronteiras, o especialista acredita que não há muito o que ser feito. “O Brasil é um dos países com a maior extensão do mundo, é ilusão achar que vamos algum dia conseguir fechar totalmente as fronteiras. Nem países mais ricos do que nós, como os Estados Unidos conseguiram isso”, contou.

Já o professor do Ibmec Oswaldo Dehon Roque Reis enxerga vantagens com a aproximação da União. “Se a União deflagrar um plano nos estados, é possível transferência de tecnologia, treinamentos, aparelhos mais sofisticados, melhorar a questão das informações, para ter treinamento e formação mais sofisticada da polícia”, aponta.

HD
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