SP: Corregedoria vai traçar perfil criminal de policiais


Governo de SP centralizou atribuições no órgão responsável por apurar desvios de policias, que agora terá cadastro de comportamento

Após a descoberta do envolvimento de policiais do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) com traficantes, a Corregedoria da Polícia Civil passará a ter um serviço dedicado a traçar perfis de comportamentos criminais e transgressores dos seus agentes. Duas divisões vão centralizar as atribuições de operar o banco de dados comportamental e dar o plantão para recebimento de denúncias contra policiais 24 horas por dia.

A Corregedoria criou o Serviço Técnico de Análise de Perfis Criminais e Transgressores, dentro da Divisão de Informações Funcionais. A seção será responsável por fazer estudos e pesquisas comportamentais para documentar “perfis criminais e transgressores funcionais” de policiais. O serviço deve consolidar um cadastro com informações sobre os policiais flagrados em desvios, sejam crimes ou faltas. Os dados devem auxiliar na identificação de autores e na prevenção de atos ilícitos.

A Divisão de Informações Funcionais, por meio da Unidade de Inteligência Policial, vai coletar e processar dados para orientar decisões da cúpula da Corregedoria. A Assistência Policial da Corregedoria realizava a função antes. A divisão também vai apoiar investigações policiais e disciplinares e promover “medidas de contrainteligência”.

Plantão - A Divisão de Crimes Funcionais ficou obrigada a manter atendimento 24 horas por dia à população para receber denúncias contra policiais civis. Os plantões serão feitos, em revezamento, pelas cinco delegacias da divisão. O “plantão permanente” já existia, mas era atribuição da Divisão de Operações Especiais, que agora prestará apoio e realizará diligências “em atendimento a determinação superior”.

“As equipes serão praticamente dobradas e terão cerca de dez policiais todas as noites”, disse o corregedor-geral, Nestor Sampaio Penteado Filho, em nota. De acordo com Sampaio, os policiais que atuarem na ocorrência continuarão a investigar o caso.

As mudanças foram decretadas nesta segunda-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e publicadas nesta terça-feira no Diário Oficial do Estado. “É preciso corrigir possíveis desvios de policiais”, disse Alckmin.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) havia anunciado a reestruturação do Denarc, sem mencionar a reorganização da Corregedoria, depois que o Ministério Público deflagrou na semana passada uma operação contra treze policiais civis por ligação com criminosos da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles receberam cerca de 2 milhões de reais dos bandidos e cometeram crimes como corrupção, formação de quadrilha, tortura, extorsão e extorsão mediante sequestro. O décimo policial foi preso no domingo e três ainda são considerados foragidos da Justiça.

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