MT: Polícia Militar apresenta campanha para prevenir desvio de conduta dos PM’s




"Hoje eu estou muito triste. Meu papai foi preso, e eu não entendo. Todos na escola ficaram rindo, e eu morri de vergonha. Como meu papai pode ser preso se ele é policial?”.  A peça “O preço de uma escolha”, que esta sendo apresentada para policiais militares no Anfiteatro do Colégio Salesiano São Gonçalo, tem como tema o desvio de conduta na corporação. A apresentação teatral, é encenada pelo grupo teatral Disse Que, formado por sete policiais militares da ativa – cinco homens e duas mulheres, e começa com essa frase do filho de um PM preso.

A estória de Fernando, um policial que é preso por seqüestro e formação de quadrilha, é a principal ferramenta do Programa de Prevenção ao Desvio de Conduta Policial Militar (PPDC), criado pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), em julho de 2010. Escrita, dirigida e encenada por policiais, a peça está, pela primeira vez, sendo apresentada para os policiais do Estado de Mato Grosso.

O drama do policial que pratica crimes de delito aumenta quando o sofrimento atinge sua família. O pai de Fernando é um policial considerado referência ética na corporação. Um dos irmãos é recruta e o outro, um oficial íntegro que ficou paraplégico depois de ter sido ferido em serviço.

“O objetivo da peça é fazer o policial militar refletir sobre suas escolhas e conscientizá-lo sobre as conseqüências de seus atos”, diz o sargento Sidney Guedes, que assina o texto e a direção do espetáculo. A peça já foi assistida por mais de 25 mil policiais militares e hoje faz parte do currículo para o ingresso na PM. As apresentações já aconteceram no Teatro Carlos Gomes, no centro do Rio de Janeiro, e aberta ao público em geral no Teatro Miguel Falabella, do Norte Shopping, no subúrbio do Rio.

O comandante da PM/MT, coronel Nerci Adriano Denardi, contou que a peça mostra uma situação de desvio de conduta, promovendo a reflexão e as conseqüências de um ato impensado.

"Além da peça, a campanha tem vídeos depoimentos de ex-policiais que falam das conseqüências de suas atitudes. Qual o reflexo disso dentro da família, amigos e vizinhança", acrescentou o coronel PM Denardi. Como exemplo, citou o depoimento de um ex-capitão PM que tinha um salário em torno de dez mil reais e hoje trabalha com auxiliar de pedreiro, ganhando bem menos e o que isso representou em sua vida.

Jefferson Oliveira - Assessoria / PM-MT

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