49ª edição da Conferência de Munique e as ameaças à segurança internacional. Em Munique será inaugurado a conferência internacional sobre segurança que ocorrerá de 01 a 3 de fevereiro.

munique, conferência sobre segurança internacionalSeus participantes abordarão problemas da União Europeia, a segurança euro-atlântica e a segurança contra o crime cibernético. No entanto, é a situação nos países árabes que se está colocando no primeiro plano hoje em dia.

A 49ª edição da Conferência de Minique está pronta para receber altos representantes. Entre eles, o ministro do Exterior da Rússia Serguei Lavrov, o vice-presidente dos EUA Joseph Biden, a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton, o secretário-geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen, os ministros das Relações Exteriores da Turquia e Alemanha, respectivamente, Ahmet Davutoglu e Guido Westerwelle. Todos eles enfrentam as questões que já se tornaram muito tradicionais para o fórum de Munique. A crise na zona do euro, a segurança na região euro-atlântica, no Sudeste da Europa e no Cáucaso, a ameaça do terrorismo e os desafios da diplomacia na época digital, – o que é que se conseguiu fazer e qual a direção para seguir avançando?

Em 2011, aos temas acima enumerados foi acrescentada, no último instante, a questão sobre a situação no Egito. Na altura, os acontecimentos que então se desenrolaram no país foram classificados de “instabilidade”. Mas afinal de contas, foi justamente a questão do Egito que chegou a ser um dos principais temas do fórum passado. Dois anos mais tarde, o mesmo tema outra vez volta a figurar entre os tópicos. Contudo, a sua geografia, desta vez, é muito mais vasta. Na agenda da 49ª conferência o problema está formulado assim: “Síria, Mali e fora de suas fronteiras: como lidar com as crises?” Não será a conferência sobre segurança uma oportunidade mais propícia para intentar responder a estas interrogações?

Não se trata da segurança de um só país concreto nem mesmo uma só região. O alastramento do terrorismo e do islamismo radical traz ameaça também para os países europeus. E são eles mesmos que aproximaram esta ameaça para si. O rumo atual do Ocidente leva à exacerbação do enfrentamento entre este e o mundo islâmico, crê o ex-embaixador da Rússia na Líbia e no Iêmen Veniamin Popov:

“Os países ocidentais têm de tirar lição. Com seu modo de operar eles conduzem ao poder ou fazem com que se reforcem as posições dos islamistas. A lição da Líbia não foi assimilada. Agora, estão planejando fazer praticamente o mesmo com a Síria. Será um foco de tensão tão grave que não se sabe quando se poderá extingui-lo. O que é que o Ocidente espera receber na sequência? Os norte-americanos e outros países da OTAN desejam retirar as tropas do Afeganistão. Neste país estão se consolidando as posições dos talibãs. Quer dizer, emergem novas frentes, antes de mais nada – contra o mundo ocidental”.

Os peritos assinalam que é significante a reação dos EUA e da Rússia em relação à operação no Mali. Os EUA não querem, é evidente, ser envolvidos no conflito, ajudando os franceses só no transporte de efetivos. A Rússia também deu um passo ao encontro, apoiando as ações de Paris, frisou o politólogo alemão Alexander Rahr.

A conferência tratará não só o futuro da região do Oriente Próximo. No Salão de Bailes do Hotel “Bayerischer Hof”, será levado a cabo uma discussão sobre a segurança na região euro-atlântica. Nela, serão a Rússia e os EUA que irão reger o baile. Em Munique, os dois países levantam, já se tornou tradicional, o tema da defesa antiaérea na Europa, procedendo logo a seguir, também tradicionalmente, a intercâmbio de censuras. Não obstante, ao abandonar o cargo de secretária de Estado, Hillary Clinton declarou que os próximos  anos serão marcados por um salto qualitativo nas relações entre a Rússia e os países do Ocidente.


MSN Notícias

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