Ministério Público ganha canal direto com o Facebook para apurar crimes na internet

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) conseguiu um importante aliado no combate a crimes virtuais como a exploração da pedofilia e distribuição de pornografia infantil. Nesta semana, o órgão recebeu a visita de Cristian Perrella, representante do Facebook para a Europa e América Latina, e acertou a criação de um canal direto de comunicação com os administradores da rede social. Desta forma, o MPMG poderá solicitar com maior facilidade o acesso aos dados cadastrais (também conhecidos como Subscriber Information) dos usuários suspeitos de cometerem ações criminosas.

De acordo com a promotora de Justiça Vanessa Fusco Nogueira Simões, coordenadora da Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos, o objetivo da parceria é acelerar o fornecimento de informações, que normalmente é burocrático, já que os provedores mais utilizados no Brasil têm sede nos Estados Unidos. “Com esse canal eles nos fornecem, através de uma simples requisição, dados que nos possibilitam descobrir a localização do autor”, contou Fusco.

Outra possibilidade que o canal traz é a do atendimento emergencial para casos de desaparecimento e sequestro. Antes do Facebook, apenas a Microsoft mantinha ligação semelhante com o Ministério Público. “Quando nós trabalhamos em uma investigação, precisamos de dados dos provedores, por isso estes canais diretos são importantes”, justifica a promotora.

Facebook já envia informações sobre crimes

Atualmente, o Facebook conta com um bilhão de usuários, com a média de idade de 22 anos, e o Brasil é o país com o maior número de conexões, seguido da Índia, Indonésia, México e Estados Unidos. Para se proteger, a rede social já tem sistema próprio que fiscaliza e denuncia crimes virtuais. “Eles já trabalham com o PhotoDNA, que identifica e envia às autoridades perfis de usuários que postam fotografias impróprias, com pornografia infantil”, revela Vanessa Fusco. “Esta nova parceria demonstra a preocupação do Facebook com o conteúdo”, completa.

Fusco ainda conta que o contato com Perrella surgiu em um dos seminários internacionais que participou e define como essencial a colaboração das empresas, embora se mostre mais pessimista com relação ao Google. “Ele não abre, é complicado”, resume.

Também participaram do encontro em Belo Horizonte o delegado titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos, Pedro Paulo Marques; o tenente-coronel. Alex Sander de Oliveira Toledo, subdiretor da Diretoria de Inteligência da PMMG; o tenete-coronel. Paulo Leonardo Benício Praxedes, coordenador operacional da PECCIBER, além da equipe da Promotoria Estadual de Crimes Cibernéticos.

www.em.com.br

Comentários