OAB ZANGADA: Coronel Maurício da Cunha Iunes disse que a polícia faz o buraco, mas quem mata é Deus.



A declaração pública do comandante da Polícia Militar de Sergipe, coronel Mauricio da Cunha Iunes, de que “a Polícia faz o buraco, mas quem mata é Deus”, revoltou os presidentes da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB (CNDH), Henri Clay Andrade e da Seccional da entidade em Sergipe, Carlos Augusto Monteiro.
“A declaração do coronel ofende à República constituída num Estado Democrático de Direito, cujos fundamentos, além da cidadania, é a dignidade da pessoa humana”, disse o advogado Henri Claylogo, após o dirigente da Seccional sergipana afirmar que a partir do momento em que se prega que “bandido bom é bandido morto”, está se desqualificando, desprestigiando todas as instituições, o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Secretaria de Segurança, toda a sociedade e o próprio governo do Estado.

A declaração do coronel Iunes foi motivada após denúncias de um possível envolvimento da polícia militar na morte do adolescente Jonatha, ocorrida recentemente em Aracaju.

“Enquanto não houver uma resposta objetiva do resultado do caso Jonatha, sempre ficará a pergunta, a suspeita de que o adolescente foi executado naquela nefasta operação onde mais três pessoas foram assassinadas, conforme a polícia, numa troca de tiros”, afirmou o presidente da Seccional da OAB-SE, Carlos Augusto Monteiro. E acrescentou o dirigente: “Até o momento, não há nenhum indício ou qualquer elemento mais consistente indicando que Jonatha seria de alta periculosidade, e se assim fosse, nenhum policial teria o direito de executá-lo”.

Carlos Augusto criticou a ineficiência do Estado não apenas no combate à violência mas, também, na solução dos problemas da saúde, segundo ele, das crianças e adolescentes. “A cada dia são demonstrados números alarmantes e expressivos da superpopulação carcerária, cujos presídios são verdadeiros depósitos humanos, que estão longe de ressocializar o cidadão; pelo contrário, se transformam em verdadeiras universidades do crime, com cursos de graduação, pós graduação e PhD na arte do crime”.

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