Rio de Janeiro é o único Estado fora da greve da Polícia Federal


Policiais federais de 25 Estados e o Distrito Federal aderiram à greve convocada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) nesta terça-feira. Até as 11h de hoje, apenas o Rio de Janeiro não havia aderido ao movimento grevista.

O presidente da Fenapef, Marcos Wink, lamentou a ausência do Rio de Janeiro, um dos Estados com maior efetivo do Brasil. “É lamentável que até o presente momento o Rio de Janeiro esteja fora deste movimento de luta dos colegas de todo o Brasil”, disse Wink.

No restante do Brasil, os servidores pedem a reestruturação da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas, melhoria salarial e concursos para os cargos do plano especial de cargos (PEC). Segundo o Conselho da Federação Nacional dos Policiais Federais, a expectativa é que o efetivo seja reduzido em 70%, o que deverá prejudicar o trabalho de emissão de passaportes, as investigações e os serviços de delegacia. Apenas as operações de fiscalização nas fronteiras, aeroportos e portos devem ser mantidas.

São Paulo

Em São Paulo, Estado que possui dois dos aeroporto mais movimentado do Brasil, em Guarulhos e Congonhas, os servidores prometem o início de uma operação-padrão na quinta-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Nesta terça, os grevistas prometem uma manifestação no local, por volta das 14h.

Foi marcado par hoje um ato simbólico de entrega das armas e distintivos no Departamento de Polícia Federal, no bairro da Lapa, em São Paulo (SP). De acordo com o Sindicato dos Servidores da Polícia Federal no Estado, os serviços essenciais e o efetivo mínimo legal serão garantidos.

Brasília

Agentes, escrivães e papiloscopistas decidiram parar as atividades por volta das 9h desta terça-feira. Segundo o sindicato regional, os policiais decidiriam durante a semana as ações do movimento grevista. Estão previstos atos como a realização de operação-padrão, panfletagem no Aeroporto Internacional de Brasília, além da paralisação das investigações e suspensão dos serviços de atendimento ao público, como atendimento a estrangeiros, controle de empresas de vigilância, bancos e produtos químicos. Também está prevista a suspensão da emissão de passaportes, sendo atendidos apenas os casos de emergência.

Goiás

O Sindicato dos Policiais Federais em Goiás (SINPEFGO) programou para esta terça-feira a entrega simbólica de distintivos e armas, na porta da sede da Polícia Federal. A categoria pede reestruturação salarial e da carreira e a saída do atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. De acordo com o sindicato, enquanto perdurar a paralisação, serão cumpridos os serviços urgentes, com manutenção de percentual mínimo regulamentar de servidores para o cumprimento das ações constitucionalmente atribuídas à Polícia Federal.

Rio Grande do Sul

Os policiais federais gaúchos também entraram na greve. A categoria reivindica “melhores condições de trabalho, mais recursos humanos e remuneração condizente com a complexidade e o risco de suas funções, bem como a equiparação vencimental com as outras categorias de nível superior do poder Executivo federal”. De acordo com o Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (Sinpef-RS), enquanto durar a paralisação, serão cumpridos os serviços urgentes, com o percentual mínimo de servidores. A categoria manterá apenas os plantões, as ocorrências em flagrante e custódia de presos. Também estão previstas operações-padrões no aeroporto Salgado Filho e fronteiras.

Paraná

Cerca de 680 servidores do Paraná optaram por entrar em greve. Amanhã, os grevistas promovem em Curitiba um abraço simbólico ao edifício-sede da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, no bairro Santa Cândida. Além das reivindicações nacionais, os servidores paranaenses defendem a saída do atual diretor-geral da corporação, Leandro Daiello Coimbra.

Pelo resto do País, sindicatos se organizam para fazer novos atos públicos, pedindo melhorias na carreira dos servidores da Polícia Federal. De acordo com Wink, a categoria negocia há dois anos com o governo. “Sabemos que qualquer movimento de greve traz dificuldades à vida das pessoas, mas queremos minimizar esses impactos e ter o apoio da população”, disse o presidente da Fenapef.

Segundo os servidores, os delegados e peritos da PF recebem entre R$ 13,4 mil e R$ 19,6 mil. Para as demais funções, o salário varia entre R$ 7 mil e R$ 11 mil. Ao todo, 12 mil servidores compõem o quadro de funcionários em todo o Brasil.

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