REPÓRTER RIDICULARIZA ACUSADO DE ESTUPRO, VOCÊ CONCORDA?



A internet possui esta peculiaridade: por motivos nem sempre claros, uma foto, um texto, uma frase ou um vídeo tornam-se célebres repentinamente, dignos de risos, admiração, ou mesmo repulsa e ódio. Com a potencialização de compartilhamento das redes sociais, o fluxo dos sentimentos se intensifica, e é possível criar personalidades, destruir carreiras, condenar posturas. Neste momento, um dos conteúdos publicados na rede que mais têm gerado manifestações é o vídeo em que uma repórter de um programa televisivo baiano ridiculariza um suspeito de estupro:




Sob o discurso da “liberdade de imprensa”, instituto fundamental à manutenção da democracia, cometem-se ilegalidades e abusos que aprofundam as marcas históricas de discriminação e desrespeito aos setores vulneráveis da sociedade – ou alguém acha que cenas assim ocorreriam com um “bem nascido”? Errou a repórter, animadora de baixa qualidade; erraram a emissora e os responsáveis pelo programa, que sedentos por audiência e acostumados com o absurdo publicaram os abusos; erraram os policiais, que permitiram o achincalhe; e, por fim, erramos todos nós, que há muito toleramos tais conteúdos, sorrindo descaradamente da nossa própria miséria social.

Fonte: Abordagem Policial, texto de Danillo Ferreira

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