Pesquisa mostra que 72% das mulheres presas em MT são por tráfico



O tráfico de drogas ainda é o responsável pelas lotações nos 106 presídios femininos no Brasil. Conforme último levantamento do Ministério da Justiça, realizado em 2011, só em Mato Grosso houve um aumento de 8% no número de presas em relação ao ano anterior, sendo que em 2010, cerca de 1.255 mulheres cumpriam pena por tráfico.

De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), de cada 10 novas detentas, 7 foram condenadas por tráfico ou por práticas de crimes que envolvem drogas.

Na penitenciária feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, das 299 reeducandas, 217 estão reclusas acusadas de tráfico de entorpecente, o que representa 72,5%.

O espaço é destinado a 180 presas, mas devido à alta demanda, abriga um número maior. Durante o período em que estão reclusas da sociedade, elas desenvolvem trabalho dentro da unidade, como culinária, costura e limpeza.

Entre elas estão mulheres de faixa etária entre 18 a 60 anos. Oito estão grávidas e quatro cumprem pena acompanhadas de seus filhos, totalizando quatro crianças.

De acordo com o diretor da penitenciária, Domingos Sávio, os casos de reincidência por este crime aumentaram. “Nos últimos meses, o retorno destas presas para a unidade prisional foi de aproximadamente 35%. Na maioria dos casos, elas retornam pelos mesmos motivos”.

Na unidade há dois casos de mulheres com condenação maior que as demais: M. R. G. condenada a 15 anos e sete meses de reclusão, tem 35 anos, está reclusa desde 19 de janeiro de 2009. Já A. F. G., condenada a 15 anos e sete meses de reclusão, tem 30 anos, está reclusa desde 06 de outubro de 2010.

O dinheiro fácil ainda é fator predominante neste universo vicioso e sem fronteiras. Segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Vera Bertolini, estas mulheres veem no tráfico uma chance de propor algo “melhor” para a família. “Mesmo com o fracasso dos companheiros e parentes, elas acabam se sujeitando a isso por acreditar que a prisão é algo distante de sua realidade”.

A pesquisadora ressaltou ainda que há casos em que até mesmo grávidas passam a ser “mulas” (pessoas usadas para transportar a droga), e não descarta um aumento na prática deste crime. “Hoje essas mulheres já ocupam um espaço maior neste cenário e a tendência é aumentar porque começam cada vez mais cedo”.

Informações de 24 Horas News/MT

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