MT: Morte de índio em atropelamento gera protestos de tribos

Eles querem punição para um menor; Câmara de Tangará foi cercada.



Cerca de 200 índios da etnia pareci ameaçaram invadir a sede Câmara Municipal de Tangará da Serra (239 km a Noroeste de Cuiabá), na tarde desta sexta-feira (4), para exigir das autoridades a punição de um adolescente acusado de atropelar e matar um membro da aldeia.

Os funcionários da Casa ficaram trancados no prédio, durante a maior parte da tarde, e a Polícia Militar montou um cordão de isolamento, já que os índios estavam armados com flechas e pedaços de pau.

A vítima, Milson Zezokae, de 27 anos, era neto de dois caciques e foi morto no último sábado (30), em frente a uma faculdade particular da cidade, onde estudava.

Pelo menos, 58 representantes de aldeias da região querem que a Polícia Civil divulgue o nome do condutor que se envolveu no acidente e que, segundo os manifestantes, fugiu sem prestar socorro à vítima.

Os indígenas já realizaram uma manifestação, nesta sexta-feira (3), no começo da tarde, em frente ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), e não saíram satisfeitos da reunião com o delegado regional, Edmar Faria Filho.

A manifestação foi convocada pela Associação Indígena Halitinã. Eles ameaçaram convocar integrantes de outras aldeias para novas manifestações na cidade.

Um cacique teria declarado que "a lei do homem branco é muito demorada" e que haveria necessidade de uma providência urgente.

O presidente da Câmara, vereador Luiz Henrique Barbosa Mathias, a vereadora Vania Regina Ladeia, os juízes Sebastião Marcelo Prado Moraes e André Maurício Lopes Prioli, o promotor público Renee de Ó Souza, o delegado  Edmar, participaram de uma reunião com membros da PM, representantes da Funai, dos índios e avós do rapaz que morreu atropelado.

Negociação

Após duas horas de reunião, as negociações entre os índios e as autoridades responsáveis terminaram de forma pacífica, por volta de 17h30 de hoje.

O delegado Edmar Farias virá a Cuiabá, em busca do menor e dos pais, seus representantes legais.

O rapaz, que atropelou e matou o índio, tem 17 anos e teria fugido para casa de parentes, que moram na Capital. Segundo se apurou, um empresário do ramo de eventos seria tio dele.

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