Prevenção, tratamento, pesquisa, redução de danos e da oferta de drogas. Foi em torno desses cinco eixos que girou a palestra da manhã desta quinta-feira (09.12), durante o 1º Fórum Estadual sobre Drogas, no Centro de Eventos do Pantanal. À frente da apresentação, o médico e presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas de Minas Gerais, Aloísio Antonio Andrade, expôs aos participantes experiências no enfrentamento às drogas.
No processo de criação de uma política sobre drogas em Mato Grosso, Andrade destaca a importância de o Estado criar uma política local, que atenda às particularidades de Mato Grosso com base em um diagnóstico feito nos municípios, como o que foi realizado este ano em 15 regiões do Estado. Além da frequente troca de experiências entre os municípios e a mobilização da classe política para o envolvimento com o assunto.
Na avaliação da assistente social Maria Júlia Ribeiro, de Barra do Garças, o fórum marca uma nova fase em Mato Grosso, já que vai possibilitar a criação de políticas públicas coerentes com a realidade local e com a problemática do crack. "Esse encontro veio em um momento ímpar e é essencial para reflexão e reformulação das ações. Teremos muito o que levar aos nossos municípios".
A grande participação e interesse do público, em especial do interior, é para a coordenadora do Conen-MT, Ana Elisa Limeira, o termômetro da importância do 1º Fórum Estadual Sobre Drogas para a construção de políticas voltadas para esse problema no Estado. “Os participantes estão sedentos de informação e querem aplicar aquilo que está sendo debatido no Fórum em seus municípios”.
A maior procura, explica a coordenadora, é pelos debates em torno dos eixos tratamento e prevenção. Segundo Ana Elisa, isso se deve à necessidade que os municípios têm por ações continuadas de prevenção, trabalho integrado entre as secretarias (educação, saúde, esporte e outros), além de ampliação do atendimento aos dependentes químicos.
É para atender demandas como essas que o Governo do Estado lançou o Plano de Enfrentamento às Drogas, pelo Decreto 718, de setembro deste ano. O Plano tem a participação das secretarias estaduais de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Segurança Pública (Sesp), Educação (Seduc), Saúde (SES), Trabalho e Assistência Social (Setas) e de Comunicação Social (Secom). Esses órgãos deverão destinar 1% do montante total dos recursos para a elaboração, implantação e execução das ações do plano.
Para a coordenadora do Conen-MT, esse foi um grande passo do Governo do Estado, que se preocupou em construir uma base sólida e deixar uma política sobre drogas construída. Ana Elisa lembra que é a partir do fórum estadual e dos encontros que aconteceram ao logo desse ano em 15 regiões do Estado que será apresentado um diagnóstico da realidade mato-grossense para a construção dessas políticas públicas.
Para a psicóloga Renata Miller, coordenadora da Atenção Básica de Pontes e Lacerda, o fórum é muito enrriquecedor, em especial àqueles representantes que são de municípios que estão na faixa de fronteira, como Pontes e Lacerda. As estratégias na redução de danos e a importância do trabalho com a família do dependente são os pontos discutidos que a psicóloga mais gostou. "É preciso trabalhar os familiares para que quando o dependente retorne da reabilitação encontre uma família estruturada e preparada para encarar o problema".
Na tarde desta sexta-feira o Fórum continua com oficinas que vão debater as propostas apresentadas pelas 15 regiões do Estado. Ainda hoje será feita a seleção das propostas que farão parte do documento que vai servir como base para o formulação das políticas sobre drogas no Estado.
Fonte: Secom/MT
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