Segundo sindicato da categoria, caso a pauta de reivindicações não seja atendida pelo governo, presos mantidos nas delegacias serão levados de viatura para as penitenciárias.
Os delegados de Minas Gerais pretendem devolver os presos ao estado, caso suas reivindicações não sejam atendidas pelo governo. O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira durante uma assembleia da qual participaram cerca de 400 profissionais. A categoria está mobilizada desde março deste ano reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Segundo Ronaldo Cardoso, diretor do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindepominas), os presos devem ficar nas delegacias somente durante o período de flagrante e algumas unidades não possuem carceragem. “Ainda há delegacias com presos e delegados trabalhando como carcereiros. Isso traz um prejuízo grande para a sociedade”, afirma. Em função disso, a categoria pretende avaliar judicialmente a possibilidade de devolver esses detentos à responsabilidade do governo. “Dentro de 15 dias devemos enviar uma notificação ao estado. Caso o governo não se posicione em 45 dias, levaremos todos os presos em viaturas para as penitenciárias”, explica Cardoso.
Outra decisão tomada na assembleia desta tarde diz respeito às reuniões da Metodologia de Integração e Gestão em Segurança Pública (Igesp), programa do governo do estado do qual participam as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e outros órgãos da segurança pública para discutir estratégias de contenção à violência e criminalidade. “Adotamos uma postura crítica em relação às reuniões da Igesp e não vamos participar as reuniões enquanto o governador não legalizar a atuação da Polícia Civil. Nós contestamos o modelo de integração das polícias. Queremos trabalhar em conjunto, desde que sejam respeitadas as competências legais de cada uma”, diz o diretor do Sindepominas.
Serviços administrativos podem ser suspensos
Sobre a retomada dos plantões nas delegacias de Minas, Ronaldo Cardoso afirma que a escala mínima ainda está sendo aplicada. “Estamos mantendo sim a escala reduzida, sem prejuízo à carga horária de 40 horas semanais. Terminando o expediente, os delegados não atendem mais ninguém”. A proposta de reajuste anunciada pelo governo na segunda-feira para políciais civis, militares e bombeiros também entrou na pauta de discussões da reunião e, segundo a categoria, não é satisfatória. "O movimento está mantido. Ignoramos essa proposta, é como se ela não existisse", afirma Ronaldo Cardoso. Nesta tarde, os delegados seguem em passeata em direção à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde serão recebidos por uma comissão de deputados.
Ainda de acordo com o diretor do Sindepominas, uma nova ação está prevista para o dia 7 de setembro caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas. “Neste dia vamos devolver os funcionários cedidos por associações e prefeituras. Eles serão reapresentados nos locais de origem e o serviço administrativo nas delegacias vai parar”, afirma Cardoso.
Fonte: EM.com.br
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