CRISE BRASIL/BOLÍVIA: Governo boliviano recebeu 130 mil pedidos de regularização de carros clandestinos.



Autoridades brasileiras demonstram preocupação com a situação de instabilidade vivida pelos municípios da região de fronteira entre o Brasil e a Bolívia, após a implantação da lei do governo boliviano que permite a legalização de carros contrabandeados para o território boliviano. A preocupação foi demonstrada, na última quinta-feira, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) que debateu os problemas na fronteira. O procurador do MP, Paulo Prado, afirmou que 70% da cocaína vendida no Brasil vêm da Bolívia. O deputado Emanuel Pinheiro, disse que em apenas 15 dias da vigência da lei, foram apresentados ao governo da Bolívia, 130 mil pedidos de regularização de veículos clandestinos.

 Na opinião do senador Jayme Campos, a situação de fronteira em Mato Grosso é critica e, segundo ele, o problema só poderá ser resolvido com políticas públicas de combate ao tráfico de drogas e com uma força tarefa “instalada 24 horas por dia na região”. Os três senadores matogrossenses, por sugestão do presidente da CRE, senador Fernando Collor, deverão assinar em conjunto um requerimento pedindo que o governo federal tome providências contra a lei boliviana.
Durante a audiência, o procurador do Ministério Público do Mato Grosso e coordenador do Grupo de Articulação contra o Crime Organizado (GAECO), Paulo Prado, afirmou que mais de 70% da cocaína vendida no Brasil vem da Bolívia. “Como muitos carros roubados no Brasil são trocados por cocaína do outro lado da fronteira, é iminente o risco de agravamento da criminalidade no Mato Grosso. O estado corre o risco de se tornar um grande México”, comparou o procurador, lembrando a ameaça dos cartéis das drogas à segurança pública mexicana.
O deputado estadual Emanuel Pinheiro afirmou que a lei boliviana acabou criando uma “tabela paralela” de preços para os carros roubados. Um carro popular, segundo ele, pode ser trocado por um quilo de cocaína, e uma caminhonete de luxo por quatro ou cinco quilos. “Em apenas 15 dias de vigência da lei foram apresentados ao governo da Bolívia 130 mil pedidos de regularização de veículos clandestinos”, afirmou o deputado.
O presidente da Associação das Famílias Vítimas da Violência, Heitor Heyes, sugeriu que os dois países façam um acordo “por meio do qual o governo brasileiro conceda benefícios à Bolívia em troca da redução do plantio de coca naquele país”. O presidente da CRE, Fernando Collor, considerou a lei boliviana “extremamente danosa aos interesses brasileiros”. Já o senador Pedro Taques, disse a que lei boliviana provoca “prejuízo não patrimonial, mas à vida de brasileiros”. O senador Marcelo Crivella, por sua vez, apresentou sua “total solidariedade” ao povo do Mato Grosso. A audiência pública foi pedida pelos senadores Blairo Maggi e Jarbas Vasconcelos.

Fonte: Site 24 Horas News/MT.

Comentários