Em Cuiabá e VG, índice é considerado preocupante.
Apenas em Cuiabá, nas duas varas de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, criada há quatro anos, tramitam pouco mais de 14 mil processos de crimes cometidos contra mulheres. A maioria deles está relacionada a atos de violência física e ameaças de morte praticados pelos maridos e ex-maridos das vítimas.
Em 2010, felizmente o índice de mulheres assassinadas em Cuiabá reduziu em 70%, segundo a promotora que atua na área, Lindinalva Rodrigues Dalla Costa. De acordo com as estatísticas da Polícia Civil, cinco mulheres foram assassinadas no primeiro semestre de 2010. No mesmo período deste ano, a polícia registrou quatro mortes.
Já em Várzea Grande, foram quatro assassinatos nos primeiros seis meses de 2010, e três entre janeiro e junho de 2011. Já os crimes de lesões corporais, ameaças e outros totalizaram 1.028 inquéritos na Delegacia de Defesa da Mulher de Cuiabá, ou seja, quase 147 ao mês. São casos de mulheres que foram vítimas de espancamentos, ameaças, cárcere privado e outras.
Em Várzea Grande, uma média de 10 mulheres procura a delegacia diariamente para denunciar seus maridos ou "ex" por terem sido vítimas ou viverem sob ameaça de agressão ou morte.
Dados levantados pelas promotorias de Violência Doméstica mostram que 100% dos homens que matam suas mulheres são condenados em Cuiabá. De junho de 2008 a maio deste ano ocorreram 24 assassinatos de mulheres na Capital. Desses casos, 13 já foram levados a júri popular (os demais tramitam na Justiça) e seus autores, condenados a penas que variaram de 15 a 23 anos de prisão.
A capital mato-grossense, conforme o Ministério Público Estado, tem sido citado em nível nacional como referência na aplicabilidade da Lei Maria da Penha (11.340/06), que amanhã neste domingo cinco anos que foi sancionada.
A promotora e coordenadora das Promotorias Especializadas de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, Lindinalva Costa, fez um levantamento e concluiu que 99% dos crimes cometidos contra a mulher são motivados por ciúme.
Para a promotora, que atua nessa área há cinco anos, os números mostram que além das mulheres estarem buscando ajuda, os órgãos do poder público responsáveis pelo combate à violência e punição dos agressores estão agindo com rigor nos crimes, inclusive os de lesão leve e ameaça.
Para Lindinalva Della Costa, a violência doméstica é complexa e exige a prisão dos agressores mesmo nos crimes mais leves como forma de evitar que se transformem em situações mais graves, como chegar ao homicídio.
No entendimento dela, o agressor doméstico não é um bandido. Embora ele tenha feito mal para a própria família, tem todas as possibilidades de não retornar ao crime. De uma maneira geral, disse, são filhos de pais violentos que foram treinados para ser agressores, como destacou.
Fonte: Alecy Alves - Site Midia News/MT.
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