Das telas do cinema para as mãos dos policiais brasileiros (EQUIPAMENTOS QUE AJUDARÃO NA COPA DO MUNDO 2014 E OLIMPÍADAS 2016)


Segurança

Feira de equipamentos de segurança mostra itens de alta tecnologia que podem ser empregados na Copa de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016
Flávia Ribeiro
Como em 'Minority Report': equipamento permite que policial tenha acesso a dados como fotos, documentos e vídeos enquanto atua no patrulhamento
Como em 'Minority Report': equipamento permite que policial tenha acesso a dados como fotos, documentos e vídeos enquanto atua no patrulhamento (Ricardo Amaral/Divulgação-Casa 3 Estúdio)
Equipamentos futuristas, saídos diretamente de filmes de ficção científica, chamam a atenção dos visitantes da 11ª Feira Internacional de Tecnologia, Serviços e Produtos para a Segurança Pública (Interseg), que termina nesta terça-feira no Riocentro, no Rio de Janeiro. E os olhos de todos estão realmente voltados para o futuro, especialmente para 2014, quando o Brasil sediará a Copa do Mundo, e 2016, quando o Rio será palco das Olimpíadas. Logo no primeiro dia de feira, no domingo, o secretário de segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, visitou o evento acompanhado do titular da Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos, José Ricardo Botelho. Nesta segunda-feira, Botelho voltou para saber mais detalhes sobre alguns equipamentos específicos para a criação de um centro de controle.
No estande da Harris do Brasil, Botelho conheceu um item que parece inspirado em tramas da ficção. Entre eles um capacete que lembra os equipamentos dos policiais de Minority Report, de Steven Spielberg, em que Tom Cruise encarna um policial de uma divisão que ‘prevê’ crimes. “Somos os maiores fornecedores de tecnologia de informação para a área militar em todo o mundo. Estamos em todas as operações que o Exército Americano leva adiante, há muitos anos. O que estamos fazendo aqui é mostrar como passamos essa tecnologia militar para a área de segurança pública. Fazemos, por exemplo, o Superbowl”, comenta Eduardo Kamigauti, diretor da área de comunicação e rádio-frequência da empresa.
Divulgação/Fagga
Robô para uso em situações de risco, como no desmonte de bombas
Robô para uso em situações de risco, como no desmonte de bombas
O que leva a crer que esse tipo de dispositivo deixou de ser fantasia é que ele não está sozinho, e tem concorrentes no pavião do Riocentro. O Falcon é muito semelhante ao Golden-I, da Motorola Solutions. Ambos parecem headphones. Mas um visor na frente dos olhos funciona como uma tela de computador. No caso do produto da Motorola, recém-lançado, o computador opera por comando de voz, e é capaz de mostrar vídeos, fotos, documentos, arquivos e o que mais se imaginar. Na demonstração, ele aparece integrado a um centro de comando e controle – um telão subdividido em 18 partes, com vídeos, fotos, documentos e mapas, que faz o visitante se sentir dentro da sala de comando do filme Jogos Patrióticos, ao lado de Harrison Ford.
“Nós montamos o centro de comando dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, quando estivemos ligados a 16 mil câmeras espalhadas na cidade. Montamos também os centros das Olimpíadas de Atenas e Pequim e da Copa do Mundo da África. Vamos estar em Londres ano que vem”, afirma o presidente da empresa no Brasil, Eduardo Stéfano, explicando a integração entre o centro e o Golden-I: “Um policial com o Golden-I que parou um cidadão numa blitz pode pedir, por comando de voz, a ficha completa dele e receber na mesma hora em sua telinha, por exemplo”. A empresa apresentou também sensores de movimento que permitem que se meçam batimentos cardíacos e respiração de policiais e bombeiros em situação de risco e anunciou um convênio de seis meses com o Exército brasileiro para a realização de um teste de banda larga 4G – ainda não aprovada no Brasil, mas em teste, com autorização da Anatel.
No estande da Berkana, um robô chamado OVM-750 se exibia pegando e examinando bolsas no chão. Criado com tecnologia brasileira, o robozinho é um sistema de inspeção por raio-x usado para detectar a presença de bombas. Dirigido remotamente, ele evita que policiais e militares de esquadrões anti-bombas se exponham ao perigo antes de saber com o que estão lidando. Mais ou menos nos moldes do que fazia o robô de Guerra ao Terror, filme premiado com o Oscar no ano passado. A empresa já recebeu um modelo menor, que funcione como um guia de cães farejadores.
Num momento em que se discutem formas menos violentas de controle do crime, a Condor apresentou a Spark, primeira arma de descarga elétrica fabricada no Brasil – somente empresas dos Estados Unidos e China as produziam. Na Black Bee, o conceito de totens de autoatendimento chega ao ambiente policial. Vítimas de pequenos crimes, como furtos, e de acidentes de trânsito sem vítimas ou de perda e extravio de documentos podem preencher um cadastro no totem-delegacia e receber, impresso na hora, o boletim de ocorrência. Comum nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, o totem por enquanto só existe na entrada de delegacias de São Paulo. Mas pode ser instalado em estádios, pontos turísticos e aeroportos, entre outros locais.
Visitada por muitos militares e autoridades policiais, a feira acontece concomitantemente à 9ª Conferência Executiva de Segurança Pública para a América do Sul da IACP (Associação internacional dos Chefes de Polícia), visitada nesta segunda-feira por Beltrame e pelo comandante-geral da Polícia Militar do Rio, Mário Sérgio Duarte. “Muito material de tecnologia de segurança que estamos vendo aqui provavelmente será usado nos grandes eventos que temos pela frente”, acredita Mário Sérgio.



Fonte: Site Revista Abril (VEJA)

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