O comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Álvaro Batista Camilo, anunciou, na manhã desta quinta-feira (2), que a Corregedoria da corporação irá encaminha “imediatamente” um ofício à Justiça Militar solicitando que os PMs envolvidos em crimes, como ataques a caixas eletrônicos, cumpram pena em presídios comuns. A declaração foi dada em entrevista coletiva.
Se aprovada pelo juiz corregedor do Tribunal de Justiça Militar, a mudança servirá para todos os casos em que for comprovado que o PM se envolveu em alguma atividade criminosa. Camilo explicou que o Presídio Militar Romão Gomes (zona norte), onde ficam os policiais atualmente, serve para os funcionários que cometeram algum crime relacionado à atividade policial.
- Os PMs que se envolvem em atividades criminosas são bandidos disfarçados com a farda da corporação.
Nesta semana, cinco membros da corporação foram presos pela Polícia Civil por participarem de uma quadrilha que, além de roubar caixas, também planejava assassinatos na capital paulista. Camilo disse estar constrangido com a situação, mas confessou não ter vergonha de vir a público e mostrar que a PM está tentando corrigir as falhas na corporação.
Questionado se a convivência com os presos comuns não poderia ser perigosa, uma vez que os oficiais poderiam passar informações estratégicas da PM a outros criminosos, o coronel afirmou que não tem receio de que isso ocorra. Ele disse também não se preocupar com os policiais poderem sofrer agressões de outros presos, pois os oficiais que se envolvem nos crimes também são "bandidos".
Até agora, 26 PMs são investigados pela corporação por supostas participações em crimes. Entre o último sábado (28) e esta segunda-feira (30), sete PMs foram presos. Quatro deles estão envolvidos em ataques a caixas eletrônicos.
Mudança de horário
Além deste pedido em relação às prisões, o coronel afirmou que vai alterar o horário de trabalho da Força Tática e da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) para que os policiais trabalhem por um período maior na madrugada.
Normalmente, a Força Tática trabalha das 10h às 22h, explicou Camilo. A ideia é que os policiais da guarda passem a entrar mais tarde e façam policiamento em áreas com caixas eletrônicos até o início da manhã. O número de homens que fará esse horário ainda não foi informado, mas deve variar de acordo com a região de atuação.
Camilo ainda disse que a Polícia Militar tem mapeado todos os caixas eletrônicos em funcionamento na capital e sabe quais deles estão mais vulneráveis ao ataque dos criminosos
Fonte: Fernando Gazzaneo, do R7
Foto: Julia Chequer/R7
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