DESABAFO DO SARGENTO: “ Tchau Doutora! Que a senhora tenha um péssimo dia!”

* Cel PM Saint´Clair L. Nascimento


 
Um Sargento PM viveu dia 26 de janeiro último, em Juiz de Fora, uma experiência assaz inusitada e até surreal, quando recebeu “voz de prisão” de uma delegada de polícia, por lhe ter desejado “um péssimo dia”.
 
O fato, que gerou mesmo um REDS, de número 2011-0001 44220-001, trouxe-me à lembrança os filmes “Um Dia de Cão” protagonizado por Al Pacino em 1975 e “Um Dia de Fúria”, vivido por Michael Douglas em 1993.
 
O Sargento passara toda a noite, de 25 para 26 de janeiro, inoperante, retido na Delegacia de Polícia, com a viatura e guarnição PM, para registro de uma ocorrência, o que ao final não conseguiu, não naquele plantão.
 
A praxe, que o vulgo denomina “chá de cadeira”, tem sido usual no relacionamento operacional, nas repartições policiais civis.
 
Ninguém da Delegacia havia se dignado a justificar, para o Sargento, a recusa de atendimento ou explicar-lhe os motivos da insuportável demora.
 
Ao amanhecer, já dia claro, o sargento viu passar por ele no saguão, com destino à porta de saída para retirar-se, a funcionária responsável, que deveria tê-lo atendido, no caso a ilustre doutora delegada de policia de plantão.
 
Vexado e ofendido pela desatenção e desrespeito o Sargento desabafou: “ Tchau Doutora! Que a senhora tenha um péssimo dia!”
 
A Doutora então voltou e deu-lhe voz de prisão, mas não encontrou entre os detetives que a circundavam, quem se aventurasse a subjugar o preso e nem autoridade policial que ratificasse a prisão feita e lavrasse o competente Auto de Prisão em Flagrante.
 
“Revogou” ela, então, sponte sua a prisão anunciada e limitou-se a mandar lavrar o REDS supra-referenciado em que, como ofendida, “solicita providências cabíveis”.
 
O crime do Sargento PM foi desejar “um péssimo dia” a uma colega da profissão policial que, com a maior descortesia, lhe pespegara “uma péssima noite”.
 

Comentários

  1. então pergunto onde estava o oficial superior e responsavel pelo seviço, que não tomou nenhuma providencia contra a ma vontade da ilustrissima doutora deixando o seu policial a merce, para que existe o ministerio publico, alem do mais porque não procurou o superior da delegada visando resolver o problema.

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