REFERÊNCIA EM CULTURA - Centenário de coronel historiador é lembrado por autoridades e amigos

 Nascido em Várzea Grande, morreu deixando mais de 10 livros e centenas de artigos

O centenário de um dos maiores escritores de Mato Grosso, o coronel da reserva da Polícia Militar Ubaldo Monteiro da Dutra, é lembrado no mês de seu nascimento, maio, por amigos e autoridades.

O oficial da PM-MT que por décadas integrou o seleto grupo de ‘imortais’ da Academia Mato-grossense de Letras (AML), tornou-se referência em saber e postura. Entre os mais de 10 livros escritos estão: Meus Varzeanos (versos), História da Política de Mato Grosso e Flor de Pequi (romance).

Além de fazer carreira como oficial militar e ocupar cargos na gestão pública, é o fundador dos cursos de Instrução Militar (CIM) e de Formação de Oficiais (CFO). Ubaldo Monteiro atuou na política mato-grossense como deputado estadual por dois mandatos.

Sua cronologia pessoal registra que na década de 60, mesmo com grande apelo da população, ele se recusou a candidatar-se a qualquer cargo político durante o período de exceção - entre 1964 e 1985.  

Amigo e confrade na Academia Mato-grossense de Letras (AML), o escritor Moisés Mendes Martins Júnior destaca que o coronel Ubaldo Monteiro era um historiador que valorizava muito a Polícia Militar e as coisas da cidade onde nasceu e viveu, Várzea Grande.

“Várzea Grande deve muito ao coronel Ubaldo”, assinala. Moisés Martins não só conheceu e conviveu com o colega ‘imortal’, também recebeu dele o apoio necessário ao ter seu nome indicado e aprovado para a AML. “Ele morreu deixando um rastro positivo que orgulha sua família e amigos”, completa.

Major da PM-MT e doutor em Educação, Gabriel Leal lembra que o livro ‘A Polícia de Mato Grosso - história e evolução,’ lançado por ocasião dos 150 anos da PM-MT, ainda hoje é referência nos estudos de história da instituição para integrantes da polícia e outros pesquisadores.

“Poucos sabem, mas o hino oficial de Várzea Grande saiu de sua pena”, cita o oficial que esta semana publicou artigo enaltecendo a vida e o legado do oficial historiador. “Poderíamos ficar horas e horas falando desse gênio, homem de letras, poeta consagrado”, descreve, sugerindo uma audiência de homenagem na Assembleia Legislativa.

Ex-reitor da UFMT e amigo do coronel Ubaldo Monteiro, o professor Benedito Pedro Dorileo o descreve como um homem ponderado cuja morte representa a perda de uma grande reserva moral.

“Como deputado estadual, ele projetou a Polícia Militar valorizando a instituição e revendo vencimentos e o quadro de efetivo”, recorda. Dorileo, que ocupada a cadeira 26 da AML, têm o amigo como um oficial militar que construiu uma trajetória de vida bonita e digna de admiração.

Homenagens

Na quarta-feira (18.05), a Câmara de Vereadores de Várzea Grande homenageou a família do coronel Ubaldo aprovando uma Moção de Congratulação pelo centenário. Antes, no dia 13, a Assembleia Legislativa aprovou reverência similar.

Já a Prefeitura de Várzea Grande, por ocasião do aniversário da cidade, em 15 de maio, produziu um opúsculo com as principais passagens da vida do “filho” e oficial historiador. No dia 16, data do nascimento, familiares e amigos se reuniram na missa do centenário.          

Nascimento e Morte

Nascido em Várzea Grande, em 16 de maio de 1916, ele morreu em maio de 2004, aos 88 anos, deixando um importante legado cultural em mais de 10 livros editados. Em homenagem aos feitos dele, a Polícia Militar imprimiu seu nome no Museu que guarda as memórias da instituição.

O Museu da PM-MT Cel. PM RR Ubaldo Monteiro da Silva mantém exposição permanente de diferentes modelos de fardas, armas, veículos e outros objetos. Funciona na sede do 1º Batalhão, na Avenida XV de Novembro, bairro do Porto.   

Alecy Alves | Polícia Militar