PM-AM: Comando da PM avalia decisão sobre proibição de postar fotos no Facebook

A Polícia Militar do Amazonas tem um perfil oficial no Facebook (Reprodução).

 


O comandante geral de Polícia Militar, coronel Almir David, afirmou, nesta segunda-feira (16/07), que vai reavaliar a proibição dada aos Policiais Militares do Estado do Amazonas de postarem fotos com símbolos, equipamentos, armamentos e fardamentos institucionais em publicações nas redes sociais, e que foi divulgada com exclusividade pelo Portal acritica.com. Almir David disse que a proibição tem como objetivo preservar a imagem da Polícia Militar como instituição e evitar que ocorra situação semelhante à do Distrito Federal. Na semana passada, policiais militares da Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam) da capital federal divulgaram vídeos na internet em que fazem apologia à violência policial.

A decisão de reavaliar a ordem divulgada no Boletim Geral da PM e no Diário Oficial do Amazonas na sexta-feira, é devido ao grande número de reclamações. Ele prometeu publicar uma nova determinação oficial retificando alguns termos.

Segundo o comandante, a determinação para a PM amazonense visa também colocar ordem nas publicações envolvendo o nome da instituição que podem ferir ou não transmitir o pensamento do comando. “Atualmente, a PM tem um efetivo de 10 mil homens e, entre eles, há quem tenha pensamento diferente e que, em algum momento, possa vir a fazer uso indevido e abusivo em redes sociais, de imagens, vídeos e fotos com armas e outras indumentárias inerentes ao serviço policial militar”, afirmou.

A proibição publicada no BG da PM diz que o objetivo do Comando é valorizar a imagem institucional mediante a sociedade, fazendo bom uso dos meios de comunicação em massa ao que se refere à divulgação de seus símbolos e que o descumprimento acarretará em punições disciplinares, que vão de advertência, detenção e até a prisão.

A decisão desagradou alguns policiais que questionaram os motivos da proibição. “Não concordo com isso porque todas as pessoas postam fotos trabalhando e com informações sobre sua profissão. Acho injusto porque, na maioria das vezes, até ajudamos na divulgação dos trabalhos”, disse um sargento PM que preferiu não ter o nome revelado.

Um soldado da 27ª Companhia Interativa Comunitária, que também não quis divulgar o nome, está na PM há seis anos e também não concorda com a decisão. Para ele, é motivo de orgulho poder divulgar o nome da PM nas redes sociais e a proibição só reforça a falta de liberdade de expressão. A maioria das fotos do perfil dele continha fotos de operações e de prisões de pessoas. “É inadmissível, hoje em dia, ainda haver esse tipo de determinação. Fico triste, mas terei que obedecer porque este é o único emprego que tenho e não quero sofrer nenhuma penalidade”, desabafou.

Comentários