Policiais militares podem entrar em greve caso não haja acordo com o governo estadual em relação ao cumprimento da Emenda 29. Ela é um dispositivo aprovado ainda em 2010, no governo de Orlando Pessuti, que prevê que policiais militares e bombeiros concursados tenham formação superior prévia e possibilita a reposição das perdas salariais.
A Secretaria da Administração e Previdência enviou no começo do mês ao comando da Polícia Militar proposta de pagamento dos subsídios previstos na Emenda 29. Na sexta-feira, as associações representativas da classe apresentaram para o Comando Geral da PM uma contraproposta, que será avaliada. O objetivo é apresentar para o governo estadual, até o fim do mês, uma proposta única, definida em conjunto entre as associações e os oficiais representantes do comando da PM.
Ameaça
De acordo com o coronel Elizeu Furquim, presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai), entidade que lidera as negociações com o governo estadual, se não houver uma resposta positiva em relação à contraproposta, uma paralisação será inevitável. “Por enquanto, estamos na mesa de negociação. E quem negocia não pode parar para fazer greve”.
Em caso de paralisação, Furquim afirma que haverá planejamento de greve para que não haja prejuízo para a população. Segundo informações apuradas pelo Paraná Online, já existe movimentações nos quartéis para que manifestações em prol do cumprimento da Emenda 29 sejam realizadas nas próximas semanas. A ideia é que oficiais que estejam cumprindo sua folga promovam passeatas para pressionar o governo a pagar o quanto antes os subsídios previstos na emenda.
Polícia Civil vai adiar decisão
Policiais civis, que desde dezembro também ameaçam entrar em greve pela aprovação do novo estatuto, adiaram a decisão. O Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol) e o Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol) planejam uma manifestação no Centro Cívico, na próxima terça-feira.
Sidnei de Melo, um dos diretores do Sinclapol, explicou que o governador Beto Richa recebeu as entidades de classe na quinta-feira e pediu mais 20 dias, até 8 de fevereiro, para analisar o novo estatuto, que está sendo acompanhado pela Procuradoria Geral do Estado e está passando pelo estudo das Secretarias Estaduais de Administração, de Planejamento e de Previdência.
Numa assembleia que ocorrerá hoje, às 17h, o Sinclapol e o Sindipol convocaram os associados para expor o pedido do governador e verificar se a classe aceita. O novo estatuto, além de programar novos e melhores salários, prevê a modernização da Polícia Civil.
Sipol
Paralelo a isto, o Sindicato dos Investigadores de Polícia Civil do Paraná (Sipol) planeja ação diferente. Ele se reunirá às 17h de hoje para elaborar uma pauta, que pretende levar à discussão com a Secretaria Estadual de Planejamento. São temas ligados a aumento de salários para policiais com terceiro grau e soluções para promoções de investigadores.
Braços cruzados
A última vez que os policiais militares ameaçaram entrar em greve foi em março de 2010. Diante da possibilidade de ter um aumento irrisório de salário, eles decidiram não sair às ruas para atender ocorrências, em Curitiba e região metropolitana.
Foi necessária a presença do então comandante do Policiamento da Capital, Jorge Costa Filho, dentro de alguns batalhões, para acalmar as tropas e garantir que as solicitações dos policiais seriam atendidas. Até mesmo o então governador, Roberto Requião, entrou na frequência de rádio da PM e tentou acalmar os policiais. A noite seguiu com “invasões” nas transmissões de rádio. A situação se normalizou pela manhã e não houve greve.
Fonte: Paraná Online
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